terça-feira, 30 de setembro de 2014

GENTILEZA SEMPRE EM ALTA




Ao contrário do que apontam alguns pessimistas de que hoje em dia ninguém se importa com ninguém, o número desses é muito baixo.
A maioria das pessoas se importa, sim, com os demais e auxilia, sem esperar recompensa, sem sequer dizer seus nomes e endereços para receber depois um muito obrigado.
Uma senhora contou que, após deixar o hospital, acompanhando seu marido, ela foi comprar os medicamentos que lhe tinham sido prescritos.
A dificuldade foi grande porque as farmácias da cidade não queriam aceitar o seu cheque, que era de outra cidade.
Quando ela contou ao médico o que havia acontecido, ele prontamente retirou o seu talão de cheques da pasta, assinou os cheques e disse: Isso não vai ser mais problema. Você me devolve quando puder.
Naquela hora, ela não se conteve: chorou de emoção. Afirmou que se lembrará daquele gesto para sempre. Tornaram-se amigos e ele continua sendo o médico da família.
Outra pessoa relatou que, todos os dias, às cinco horas da manhã, esperava o ônibus para o trabalho.
Certa manhã, quando estava no ponto aguardando a condução, uma moto estacionou na sua frente.
Era o motorista do ônibus avisando que a linha que ela estava acostumada pegar havia acabado. E, completou ela, ele percorreu todo o trajeto do ônibus, informando os passageiros sobre o fim daquela linha.
Isso se chama desprendimento, atenção, importar-se com o outro.
Finalmente, existe o relato daquele senhor que foi transferido da agência bancária, em que trabalhava, para uma cidade de Minas Gerais, chamada Passa Quatro.
Mudou-se com a mulher e os quatro filhos. Fizeram a viagem de carro, chegando na casa que haviam alugado ao mesmo tempo que o caminhão que trazia a mudança.
As crianças estavam com fome, choravam com saudades dos amigos que haviam ficado para trás.
A esposa não sabia se atendia os filhos ou se dava ordens para os homens que estavam descarregando a mudança.
Nessa hora, dona Ana se apresentou como sua vizinha, trazendo nas mãos uma bandeja com uma jarra de suco de laranja, biscoitos e sanduíches.
Não somente alimentou a todos, mas se prontificou a distrair as crianças, enquanto os pais arrumavam os móveis.
Foi essa acolhida carinhosa e alegre que trouxe excelentes consequências. O casal decidiu construir ali sua casa, e permaneceu na cidade, mesmo após a aposentadoria do pai de família.

A gentileza existe e está em alta. Há um número muito maior de pessoas que estão atentas ao que acontece ao seu redor e dispostas ao auxílio do que possamos imaginar.
Se desejar engrossar esse número, é muito simples. Na próxima vez que for ao mercado olhe para os lados e observe se um idoso não está precisando de ajuda para descobrir o preço de alguma mercadoria.
Ou se uma mãe não está tendo alguma dificuldade com seu bebê.
Seja gentil: ajude a colocar as compras no carro, ceda sua vez no caixa, converse enquanto aguarda, acalme uma criança, sossegue alguém irritado com a demora da fila.
É isso que torna o nosso mundo melhor, a cada novo dia.


(Redação do Momento Espirita, com basno artigo A gentileza de estranhos, de Seleções Reader's Digest, de novembro/2002)

sábado, 13 de setembro de 2014

TER SEMPRE RAZÃO


Quanto custa ter sempre razão?
Em algum momento, paramos para analisar esta questão? Já pensamos quais são as consequências de sempre querer provar que estamos certos?
É claro que defender um ponto de vista é corriqueiro. Colocar nosso posicionamento ou nossas ideias perante um fato, de maneira sensata, é mesmo saudável.
Trocar ideias a respeito de um tema, argumentar a favor de um conceito no qual acreditamos, são posturas naturais e comuns nas nossas relações cotidianas.
Porém, quando essa atitude supera todas as barreiras, está sempre como ponto de honra de nossa palavra, quando se torna fundamental ter a razão, qual o preço a ser pago?
Quantas vezes nos aborrecemos com alguém pelo simples fato de querermos convencê-lo de que ele está errado em sua forma de pensar?
Quem de nós não se pegou transformando uma discussão tranquila em um afrontamento pessoal?
Ou ainda, quantas vezes não elevamos o tom da conversa, nos tornamos ríspidos no enfrentamento de ideias?
Defendemos nosso ponto de vista como acreditamos ser o mais adequado. E, naturalmente, temos nossa maneira de ver a realidade, conforme nossos valores, conceitos e capacidades.
Quatro pessoas, cegas de nascença, ao serem colocadas junto a um elefante vão conseguir relatar o que puderem tocar do animal.
Se não lhes derem a oportunidade de perceber as diferenças entre orelha, cauda, tromba, corpo, terão apenas uma ideia parcial.
Não estarão erradas, apenas cada uma terá somente parte da razão.
Muitas vezes isso acontece nos nossos relacionamentos. Temos a nossa percepção, a nossa capacidade de análise.
Não quer dizer que estejamos errados ou que não tenhamos razão em nossos argumentos.
Porém não podemos esquecer de que o outro tem sua própria forma de ver, seus valores, suas ideias.
Enfrentar-se nessas situações, será o duelo de ideias, a briga de argumentos, em que, quase sempre, o que existe, de verdade, é o desejo de impor nosso raciocínio, nossa argumentação.
Inúmeras vezes, em nome de desejarmos provar que a razão nos pertence, usamos nossa palavra como quem está numa batalha, não desejando nunca perder.
Ter sempre razão às vezes custa o preço de uma amizade.
Buscar impor aos outros nossos argumentos, repetidamente, pode ocasionar o desgaste da relação.
Querer estar sempre certo, no campo das ideias e reflexões, pode causar fissuras nas relações familiares.
Assim, antes de buscarmos ter razão, melhor buscarmos a preservação da harmonia.
Antes de querermos ser vencedores em nossa argumentação, melhor que tenhamos paz de espírito.
A verdade, mais dia, menos dia, se fará presente, duradoura, perene.
Assim, mesmo quando toda a razão nos pertença, vale refletirmos se devemos continuar nossos duelos de ideias.
Talvez, o melhor, em determinadas situações, seja utilizarmos nossa capacidade pensante, nosso senso de validação para buscar compreender o próximo.
Ao assim procedermos, poderemos entender o porquê dos argumentos alheios, de sua forma de agir, facilitando e aprofundando nossas relações.
Dessa maneira, evitaremos o granjear de atritos e dissabores, pesos desnecessários ao nosso coração.

Pensemos nisso.

(Redação do Momento Espírita)

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ACEITAÇÃO



Aceitação construtiva será sempre talvez mais da metade dos ingredientes de solução a qualquer dos problemas que, porventura, te aflijam. E dizemos “construtiva” porque não se trata de calma inoperante, mas sim de paciência, capaz de improvisar o bem, criando condições para que o bem se faça cada vez mais amplo para quantos nos partilhem a vida.
Reflitamos nisso e não recuses as dificuldades e provas que não possamos afastar ou remediar.
Antes de recolher-nos ao berço terrestre, na Vida Maior, escolhemos ou somos induzidos a escolher o tipo de experiência das quais temos necessidade para melhorar-nos ou promover-nos a planos mais elevados.
Diante disso, busca os recursos precisos à harmonização de tudo o que te interessa à paz e ao bom-ânimo para o desempenho das tarefas que a vida te atribui, mas não te proponhas a destruir os meios de que careces para que te sintas mais eficiente na construção geral.
Se trazes algum órgão doente, procura recursos para tratá-lo convenientemente, como se torna indispensável, mas se a moléstia é irreversível, admite-a com paciência, nos domínios do próprio corpo, consciente de que ela terá função específica na preservação de tua paz.
Tenta recuperar determinados bens que perdeste, em vista da invigilância de amigos aos quais te confiaste; no entanto, esquece os prejuízos sofridos e segue para diante.
Protege o próprio lar contra a perturbação e a desarmonia, mas se a tua ação não surte efeito, aceita a casa em que vives por tua escola de regeneração e de amor.
Educa o parente difícil como puderes, entretanto, se esse mesmo familiar prossegue difícil, abraça-o, tal qual é, para que aprendas tolerância e humildade.
Rebeldia complica os melhores planos da vida.
Revolta é atraso lastimável em qualquer organização.
Acolhe as tuas dificuldades quando não consigas extingui-las, sanando-as, pouco a pouco, sob o esforço de tua energia serena.

Não fujas à luta que a vida te propõe, na intimidade de ti mesmo e, atendendo ao trabalho do dia-a-dia, a fim de superá-la, conserva a certeza de que é pelas tuas próprias prestações de serviço ao bem comum que a bênção da vitória te marcará.